Sim, nós somos o 5°, e dessa forma, podemos constatar que o diabetes é um importante e crescente problema de saúde pública tornando-se uma epidemia mundial. Além do Brasil, outros países também  apresentam números alarmantes da doença, tais como, China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

Cerca de 8% da população brasileira tem diabetes, são 16,8 milhões de pessoas afetadas, segundo o International Diabetes Federation em 2019. Um número extremamente elevado que sugere atenção ao estilo de vida sedentário da população.  Isso porque o diabetes é uma doença relacionada com o histórico familiar, má alimentação, inatividade física, genética, obesidade e maus hábitos sociais que temos atualmente, o estilo de vida inadequado acaba sendo um fator significante para o desenvolvimento da doença.

O diabetes tipo 2 acomete cerca de 90 a 95% de todos os casos de diabetes, ela é causada pela resistência à insulina,  está condição impede a captação de glicose (açúcar) pelo músculo mantendo elevado os níveis sanguíneos, desta forma o corpo humano é incapaz de metabolizar e transformar o açúcar do sangue em energia.

Segundo Carvalho, 2019 o diabetes se não tratada pode levar a diminuição do óxido nítrico e o aumento da hemoglobina glicada que posteriormente pode levar ao maior risco de desenvolver hipertensão arterial e formação de placas de ateroma nos vasos sanguíneos.

E quais os sintomas da diabetes?

Esta doença muitas vezes se apresenta assintomática, o atraso na identificação dos sintomas pode ter um impacto no quadro geral de saúde do paciente. O diagnóstico precoce é importante, pois o tratamento evita suas complicações.

Segundo a ADA (American Diabetes Association), a glicemia de jejum normal é de até 99 mg/dl, por isso, quando o valor está entre 100 e 125, a pessoa encontra-se em estado de pré-diabetes, assim, aumentado o risco no desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2.

O exercício físico é seu aliado!

O músculo esquelético exerce papel primordial no metabolismo da glicose, pois, é responsável por aproximadamente 30% do consumo energético. A contração muscular promove a diminuição dos níveis glicêmicos no plasma sanguíneo, captando a glicose do músculo.

Além disso, no período pós-exercício, o aumento na captação da glicose ocorre até 48 horas após a sessão de treinamento, devido à reposição de glicogênio e o gasto energético causado para a recuperação do organismo.

Então, a boa notícia é que a musculação pode participar como tratamento não  farmacológico no controle do diabetes, procure estruturar e planejar suas sessões de treinamento sob a supervisão de um profissional de educação física capacitado, não esqueça também de consultar seu nutricionista para devidos ajustes em sua alimentação, esta combinação irá contribuir na normalização do quadro hiperglicêmico.

Então tá esperando o que? Bora botar seus músculos para trabalhar!


Texto produzido com a colaboração da estagiária Thais Fernanda Bulek (@thais_bulek), e validado pelo Luciano R. Guiraldelli (@lguiraldelli):  Prof. Educação Física (Personal Trainer), Mestrando em Medicina Interna e Ciências da Saúde (UFPR), Membro do Laboratório de Pesquisa Mdicina do Exercício (MedEx – UFPR), Especialista em Treinamento de Força (UFPR) e Fisiologia do Exercício, Licenciadoe Bacharel em Ed. Física (UFPR).

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, ATLAS de diabetes. Bruxelas: 2019. Disponível em: https://www.diabetesatlas.org.

CARVALHO, R.S.T. Alterações e Adaptações Fisiológicas na Musculação e no HIIT. Ribeirão Preto, 2019.

American Diabetes Association. 2: Classification and diagnosis of diabetes. Diabetes Care. 2017

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. 2019.

SMITH, A. G.; MUSCAT, G. E. Skeletal muscle and nuclear hormone receptors: implications for cardiovascular and metabolic disease. The International Journal of Biochemistry & Cell Biology, v.37, n.10, p.2047-2063, 2005.

NUUTILA, P.;. KOIVISTO, V. A ; KNUUTI, J.; RUOTSALAINEN, U.; TERAS, M.; HAAPARANTA, M.; BERGMAN, J.; SOLIN, O.; VOIPIO-PULKKI, L. M.; WEGELIUS, U. et al. Glucose-free fatty acid cycle operates in human heart and skeletal muscle in vivo. The Journal of Clinical Investigation, v.89, n.6, p.1767-1774, 1992.